GULPILHARES

11-06-2012 23:03

www.youtube.com/watch?v=E4NthZTHCgY

Localização:
 
Gulpilhares é uma pequena aldeia da freguesia de Mondrões. Pequena em dimensão mas grande em valor. De facto, reza a história que terá sido por estas bandas que se téra desenvolvido a freguesia em questão. Os mais velhos dizem que a freguesia de Mondrões se começou a desenvolver apartir de um castro, no entanto é sabido que o único castro conhecido em Mondrões é o que se encontra situado em Gulpilhares o que torna esta aldeia como o provável berço da frequesia. É ainda de notar que existem forais dados a gulpilhares no ano de 1111 e que referem o facto de esta aldeia já ter tido ligação a freguesia vizinha, ou seja S. Miguel da Pena e já ter tido estatuto de Vila, o que é algo de louvar. (Brevemente estes dados serão colocados em anexo)
 
 
Monumentos com maior relevância:
 
Capela de Nosso Senhor da Boa Morte: trata-se de uma pequena capela construída de 1965 por ordem do Senhor Luís da Freire e sua esposa, conhecida em Gulpilhares como "Marquinhas". De facto, era sabido que por essa altura não existia em Gulpilhares qualquer lugar de oração além do cruzeiro que se encontra atrás da referida capela. Nesse sentido, e sob a promessa de que a filha de ambos se torna-se professora ( "Senhora Luisinha" como gentilmente é chamada), este iniciou a contrução da referida capela. No entanto, este espaço foi diversas vezes sujeito a reparações, tendo sido a última a cerca de um mês e que teve como objectivo a ampliação da mesma. Esta capela tem como santos padroeiros S.António e Nossa Senhora do Carmo. Trata-se de um espaço pequeno, mas não devemos esqueçer que consegue satisfazer as necessidades da população para que foi realizada. Celebra-se aqui Eucaristia na última quinta do mês pelo paróco João Parente.
 
 
 
                         
Capela de Nosso Senhor da Boa Morte, Vista frontal,                                               Cruzeiro em Gulpilhares
em cima a inscrição (CNSBM 1965, que significa literalmente    
"Capela do Nosso Senhor da Boa morte 1965"  
 
 Castro de Gulpilhares - Muitas são às histórias que se contam de onde poderá ter nescido a freguesia de Mondrões. No entanto, numa delas conta-se que a freguesia se terá desenvolvido  apartir de um castro que existiria em Mondrões. No entanto, é sabido que o único local que satisfaz estas condições está situado em Gulpilhares o que coloca esta aldeia como o possível berço da freguesia em questão. Trata-se de um pequeno monte onde abundam os recursos naturais como a fraga granitíca e o pinheiro bravo.
 
Nosso senhor dos aflitos - situa-se na recta de Gulpilhares. Trata-se de um cruzeiro construido em granito pintado, em que o conjunto mede cerca de 2m (a haste vertical), do séc. XIX. O conjunto foi todo pintado de azul. A base, onde se vê o entalhe do peto, tem a forma de pirâmide truncada, a cruz mostra, já muitos esbatidas, as figuras do cucifixo no lugar usual, e da virgem na parte inferior da haste vertical. Este cruzeiro foi mudado para onde se encontra, há cerca de uns 20 anos, e colocado dentro da pequena capela feita de propósito. Data do século XIX.
 
Espigueiro - Como vendo sendo tipíco por entre as aldeias transmontanas, também aqui é possível encontrar vários exemplares de espigueiros e eiras. A maior parte situa-se em quintas, no entanto, ainda é possível encontrar um destes exemplares no centro da aldeia. Trata-se de pequenos compartimentos que serviam para armazenar o milho, no sentido de o conservar.
 
Espigueiro no centro de Gulpilhares
 
Agricultura - grande parte da população ocupa-se nesta área de actividade. São produzidos sobretudo produtos hortículas para consumo dos próprios e seus familiares. Grande parte dos terrenos estão situados no "Totelo". No Verão às pessoas ocupam-se essencialmente com a produção de batatas e de feno para os animais e de Inverno na vindima, que posteriormente finalizam no seu lagar, visto que cada familia ainda produz o seu próprio vinho e o coloca em pipas (que vêm sendo substituídas por cubas, mais fáceis de limpar e de conservar).
 
 
Terrenos de cultivo em Gulpilhares
 
 
Forais
 
  • 1128 - Doação de terrenos em Cirarelhos, Quintela, Gestosa, Concieiro, Capeludos, Parada de Cunhos, Gulpilhares e outras localidades, a Deus e à ordem dos templo, sendo outorgantes D.ª Teresa e várias pessoas importantes (tradução de Padre João Parente)
"Eu, Rainha Dona Teresa, dou a Deus e aos cavaleiros do templo de Salomão a vila que se chama Fonte Arcada, em Portugal, perto de penafiel, com todos os seus termos e seus beneficios, pela minha alma. Eu, Conde Fernando, dou aí Sao Paio de Vega , com toda a sua isenção, quanto me pertence, pela minha alma. Eu, Pelágio Pelagii, dou aqui a vila que dizem porta lama, quanto me pertence, pela minha alma. Eu, Elvira e meu filho Suário Melendiz, damos aí Sirarelhos, quanto aí nos pertence, pelas nossas almas. Eu Pelágio Nuniz, e Nuno Osoris e a minha esposa, Maria Nuniz, damos aí tres partes da vila chamada Abonema, pelas nossas almas. Eu, Garcia Menendiz, mando no monte longo, na vila de quintela, metade de toda a herdade que aí tenho. Eu, conde Gomes, e a minha esposa, damos ai a nossa parte de Gestaço, quanto aí nos pertence. Eu, Mónio Roderici, dou ai um casal em Arouca, na vila de Avia. Eu, Gonçalo Moro, dou ai um casal em Cornade. pedro Petri, um casal em Vila Nova, perto da ponte de Ava. Pedro Fernandi, um casal em Vaerio de Soia. Mendo Bernardi dá quanto tem em Concieiro, em Panóias. Mendo Gomes dá um casal em Capeludos, em Aguiar. João Rania dá metade de Parada de Cunhos e meia em Gulpilhares, quanto aí tem. Eu, Mónio Froilaz, dou aí, na terra de Salnes o casal de laureaz e meio de Sonorio. Eu, Pedro Egarez e minha esposa Oradona, damos ai nossa porção de vila de Ámio de Pineros. Eu, Conde Gutério, dou aí a minha porção da vila Sangarosa. Eu, Rabinado, dou ai uma meia corte que tenho na região, que está perto da corte do conde Suário. Eu, Bernardo petriz, e a minha esposa, damos aí metade do Palácio de Celtegos. "
 
  1. Segundo o que  foi descrito no respectivo foral, terá sido feita uma doação de terrenos para a Santa igreja "em favor de minha alma". Nesta altura, seria proprietario de Gulpilhares João Rania que teria cedido metade das sua propriedades, juntamente com as que detinha em Parada de Cunhos.